Sou filha da Lua,uma pedra no antigo circulo, Firme e solidamente equilibrado sobre a Terra, Porem,aberto aos ventos dos ceus E perserverando atraves dos tempos imemoraveis. Adormeco,No canto da minha Alma. Ensurdeco Calmamente, As vozes que me rasgam E me estilhacam o peito... O meu Amor perdeu a forma E ando nua,sem rumo. O meu Amor perdeu o nome, Ja me perdi mais do que devia... Adormeco, Esqueco de quem sou Quando me deito, Aperto as maos contra o peito E amarga-me a voz desta dor, Deste declinio que e o Amor... Que me importam os momentos De luz e harmonia? Sou fraca nesse sentido, Ou entao tenho pouca fe nisto tudo. De que me valem os sorrisos dos outros, As alegrias nos rostos estampadas? Talvez eu esteja do lado errado da vida. Que me importa a sede de viver, O entusiasmo de mais um dia? Quero la saber, Da vastidao de hipoteses Que me podem ajudar.
por Ayra |
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Viagens, Como nos sonhos das curtas noites Onde penumbras se iluminam Nos tectos dos que dormem. Lágrimas, Espalhadas pelo chão Estilhaços de sentimentos Rasgados pela mão. Entreolhares distantes Ao fascinio dos corpos, Onde as almas se encontram E não se olham jamais. Luares que não magoam Chuvas que não gelam Pedaços de moradas escritas Na memória.
por Ayra |
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The Wings Of My Dreamland I will never feel tired Nor fall asleep When these wings at first embraced my heart They would never again leaveonce it was my dream Now it is my soul Prima Mater unveiled her unknown depths My kingdom is eternal...
In the Woods
por Ayra |
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Desenbainho a minha espada Uma vez mais Para salvar a tua Alma,amor... Mas cansa-me,e destrói-me lentamente Sentires-te salvo. Uma vez mais,minha parte, A salvação chegará A minha dor perdurará, Pois ás tantas nem sabes quem te salvou. Num inferno abominável Transformo-me num Anjo, Nesta queda desenfreada Mergulho no desejo, No medo, Na decadência Destas noites sem dormir.
por Ayra |
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Em cada traço Vejo a mágoa,um desespero Vejo a sombra,já desgasta, De tudo aquilo que acabou. Em cada traço Vejo a mentira dos sentimentos, Dos desejos que conquistaste, E aprecio em silêncio A tua ignorância,e a figura triste que fazes. Existe um balanço no Universo. Sabias? Existe a razão,que tanto esqueces, Existe sempre um final para tudo aquilo que começa.
"Destruimos sempre aquilo que mais amamos Quer em campo aberto,quer numa emboscada. Os fracos destróem com um beijo, Os valentes com a leveza da espada."
por Ayra |
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Morri mais um pouco, (e que falta me faz esse pouco?) Lentamente.
por Ayra |
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Atirei a roupa para um canto Ando farta de a arrumar. Atirei-me para a cama E nada aconteceu. Aborreci-me com o vazio Que havia no tecto, Uma enorme e entediante tela branca Sem nada para mostrar,somente estúpida. Sentei-me no chão e acendi um cigarro. Atirei a cinza para o chão, Estou farta dos meus cinzeiros.
por Ayra |
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Sou caminhante nesta estrada que me conduz a lado nenhum ,que me mostra este cenário despido,impiedosamente espinhosa.Sou rara excepção neste teatro macabro,onde a realidade de estar viva se nota enquanto caminho.Em cada uma destas árvores vejo o meu corpo balançando num ramo,ao sabor do vento gelado,sem pena dos que ficam neste cenário penoso que não acaba nunca. Entranço a corda lentamente,como se de um ritual se tratasse,como se de um momento solene fosse merecedora,e nem a chuva,que me ensopa o que resta me incomoda mais.Nunca mais me incomodará,a chuva,companheira de tantas horas,de tantas dores...Entranço a corda,e canto alto uma canção.Calem-se,vozes,cala-te,minha Alma,que me ensurdeço de vossas palavras.Basta.Fecho os olhos,sem perder o ritmo,e a imagem do teu rosto ja não me faz chorar.Entranço a corda,finalmente quase acabada,e sorrio para ela com respeito.È só nosso,este momento,e quem me diria que seria só meu e desta corda,este último momento.Não contenho uma gargalhada,neste momento irónico,pois apenas este momento irónico despertou esta gargalhada,que não ouvia há tanto tempo...tanto tempo.E volto ao inicio da canção."Perdi a luz do teu viver,perdi o horizonte..." Entranço mais um pouco,e a corda ficou pronta.Noutro momento quase solene,caminho lentamente para junto da árvore.Olhei para o seu alto.Ao fim de tantos anos,pedi um desejo.Quando partir,quero voltar no sangue de um corvo.E chorei,senti-me perdida,sem saber se depois de partir,saberei para onde ir.
por Ayra |
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Sussurar de um vazioQue não acaba nunca, E se despede para voltar Em todo o instante, Furtando a calma e o soneto Que ensurdece o mundo. Apagamos os passos Que demos em nossa direcção. Apagamos os vestigios,as palavras Soprando para o alto Contra nós e contra a nossa vontade. Somos tão perto e tão longe, Da realidade daquilo em que nos tornámos. Sou pequena demais para o teu mundo, Ès enorme e voraz demais para o meu. Não te quero, Nada quero, E ainda te espero... Como pode ser tão doce, A irónica contradição do amor... E se de amor se trata Que de amor eu me sirva. Jamais serão as palavras De tamanha ironia Que me trarão o recorte do teu rosto. Palavras serão não mais que e como jazigos, Onde profano a minha vontade, Onde morres lentamente dentro de mim.
por Ayra |
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Engolir em seco os pensamentos,sentir o gosto amargo nos lábios que isso provoca.Não existe nada do lado de fora que seja mais interessante do que este canto.Engolir em seco,tapando os ouvidos,gritando em vão na tentativa de calar os gritos da Alma,enquanto o abismo que não deveria de ser tão grande,se mostra por debaixo dos pés como um monstro terrível que nos quer devorar sem piedade...Chorar,que deve ser ranho e baba e sangue e dor,é o nó na garganta que não desata há tempo demais.Acabou de chover,mas a chuva não limpou os restos mortais da minha busca.Os meus passos ainda jazem na calçada horrivel e esburacada,que nas horas atrás me guiavam cegamente a lado nenhum,procurando...caçando...gemendo... A culpa não é tua.Se estou entregue a um sofrimento infestado de auto-piedade,é auto-flagelo...não uma culpa que te possa atribuir. O mais provável é eu ser insignificante,que tu não queiras saber ou até que já não exista para ti,mas não tens culpa. Gosto do cheiro que fica no ar depois de chover.Amo o rio banhado em prata,enfeitiçado com a beleza do luar.
por Ayra |
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"Fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingirque está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tãodesprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes: ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer: amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga." Amo-te tanto...
por Ayra |
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Transforma-me no sangue vermelho,ardente,dos golpes que a tua espada defere; Abandona-me num canto,num canto escuro na profundeza da tua alma e apaga-me... Tira-me o sopro,para que não mais suspire;os suspiros de um cansaço que se afoga em mágoa,quando o nada se transforma em tudo o que atormenta o sossego no silêncio da noite que suporta a inútil luta que é o adormecer. Rasga de mim a vontade de ser tua,esta vontade que chacina a minha pele e me consome e me mata sem ferir. Cala o som da noite que me faz dançar ao luar,rodopiar,ser livre...Leva de mim o melhor,o pior,o que tenho e o que me falta!Não te quero,desejando-te ardentemente.Não me fascinas,mas cegas-me... Leva de mim a estupida e inutil procura do teu rosto na multidão!Cala dentro de mim a tua voz que chama o meu nome!Liberta-me de um fardo que não entendo,que não suporto mais!Que escravidão poderia ser maior que esta,que é estar presa a ti desejando libertar-me sem te perder?Descontrolados sentimentos que me ridicularizam,me diminuem,por ser fraca.Basta!Suicidio lento....
por Ayra |
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Sádicos momentos De derramada hipocrisia, Como o beco da nossa mente, Que nos aldraba a verdade. Somos solicitadores da treta, Num palavreado ignorante Que nos acomoda ao ridiculo Da altivez do ego. Onde mora,a ironia do processo, A poetisa das nossas mágoas, A derradeira fonte Da melancolia cerebral? Onde fica, O norte do nosso rumo (Se é que temos rumo), O pedestal da nossa sombra E o patético cenário da vossa falsa fé?
por Ayra |
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por Ayra |
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Parte comigo. Vendados da cegueira do mundo Seremos serenos á vista de todos. Parte comigo, Dançando nas brumas Das madrugadas que despertam. Parte comigo,amor, Num deserto que floresce E nos transporta ao nosso lar. Vem comigo Renascer nos nossos beijos, Refazer-te no meu corpo. Vem,amor Que o sol não tarda,parte E temos tanto que caminhar...
por Ayra |
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