"Fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingirque está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tãodesprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes: ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer: amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga." Amo-te tanto...
por Ayra |
â â
Transforma-me no sangue vermelho,ardente,dos golpes que a tua espada defere; Abandona-me num canto,num canto escuro na profundeza da tua alma e apaga-me... Tira-me o sopro,para que não mais suspire;os suspiros de um cansaço que se afoga em mágoa,quando o nada se transforma em tudo o que atormenta o sossego no silêncio da noite que suporta a inútil luta que é o adormecer. Rasga de mim a vontade de ser tua,esta vontade que chacina a minha pele e me consome e me mata sem ferir. Cala o som da noite que me faz dançar ao luar,rodopiar,ser livre...Leva de mim o melhor,o pior,o que tenho e o que me falta!Não te quero,desejando-te ardentemente.Não me fascinas,mas cegas-me... Leva de mim a estupida e inutil procura do teu rosto na multidão!Cala dentro de mim a tua voz que chama o meu nome!Liberta-me de um fardo que não entendo,que não suporto mais!Que escravidão poderia ser maior que esta,que é estar presa a ti desejando libertar-me sem te perder?Descontrolados sentimentos que me ridicularizam,me diminuem,por ser fraca.Basta!Suicidio lento....
por Ayra |
â â
|